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Depoimentos

Meu primeiro contato com a leitura
Fernanda Brandão de Assis

Meu primeiro contato com a leitura foi na infância, através de minha mãe. Escolhíamos juntas o livro e ela lia um capítulo por noite. Vocês podem imaginar a ansiedade que sentia, esperando a próxima noite para descobrir a continuação da história? Tinha contato com gêneros diferentes, poesia e prosa. Essa experiência foi fundamental para minha vida; a leitura não apenas aguçou e coloriu minha imaginação, mas possibilitou-me, sobretudo, uma ação mais dialógica frente ao mundo. Nesse sentido, percebo o caráter libertário de um livro: ele nos convida a questionar o estado das coisas e a tentar agir sobre elas. 
Lembro-me, especialmente, de um livro que marcou minha adolescência: "1968-O Ano que não terminou", do Zuenir Ventura. Tive, através dele, uma aula completa sobre a recente história brasileira, que também mostrou-me que é possível ser didático, sem ser chato.
Em relação à escrita, lembro-me de uma professora da quinta série que sempre fazia leitura compartilhada. Discutíamos oralmente os textos e isso me dava maior clareza e segurança na hora de produzir o texto, uma vez que tinha chance de organizar meu raciocínio e elaborar melhor minha idéias. Também tínhamos o hábito de fazer produções escritas coletivas; faço isso com meus alunos e acredito que esse exercício estimula conceitos importantes como cooperação, interação e troca de idéias.

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Experiências de leitura e escrita

Concordo com a professora de Filosofia da USP Marilena Chauí, para ela o livro abre portas para mundos novos, ideias e sentimentos novos, descobertas sobre nós mesmos, os outros e a realidade. 
 Para o crítico literário Antonio Cândido a literatura nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante. 
 Fábio de Paula Xavier Marchioro, acredita que existem pessoas que gostam de ler, como também existem pessoas que não gostam. Assim como há pessoas que não gostam disso ou daquilo.
 Eu me encaixo no grupo de pessoas que gostam de ler. 
 Me lembro e sempre me lembrarei de quando cursava a faculdade de Letras e trabalhava com bibliotecária na minha cidade natal , São Pedro do Turvo , no interior de São Paulo. A maioria do público que frequentava a biblioteca era crianças de mais ou menos 6 anos que não liam fluentemente, por isso eu lia para eles e viajava junto com os pequenos num mundo cheio de imaginação e fantasias. Isso foi uma experiência muito gratificante para mim pois quando encontro uma dessas crianças percebo que plantei dentro delas a sementinha do gosto pela leitura. 
 Depois de formada, me casei e tive dois filhos. Adorava ler para eles e depois com eles! Hoje como professora continuo incentivando a leitura e a escrita com meus estudantes. Portanto, o trabalho dos professores é incentivar a leitura e a escrita para que os estudantes se tornem pessoas com gosto pela leitura, com senso crítico, aberto a diversas opiniões e com desenvoltura para expressar opiniões no papel ou em uma roda de conversa.
 A entrevista do cantor e compositor Gabriel, o Pensador serve como exemplo de como nossos estudantes podem se sentir com propostas como " Redação com tema Livre". Os estudantes podem superar este bloqueio através da leitura de diversos gêneros, pois estarão bem preparados para escrever sobre qualquer tema.


                                                             Maria Aparecida Venancio Conte

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Primeiro contato com as leituras


Relembrar meus primeiros contatos com a palavra escrita, mesmo depois de uns 47 anos atras, anos 67 -70.
Numa pequenina cidade, Indiaporã SP 5000 habitantes, escola pequena, apenas primário, tirei meu diploma escolar e devido ter que ajudar mamãe no sustento do lar, mesmo com 10 anos ia às roças catar algodão, capinar arroz, etc.
   Nas tardes quentes, na pracinha da cidade, lia qualquer papel jogado na rua, jornais velhos, gibis e algumas publicações ilícitas para menores.
Em 1972 mudamos para Votuporanga SP e por ser menor de idade continuei com bóia-fria para sustento.
   Agora vem a parte mais importante: Aos Domingos pelas manhãs, ajuntava todos os gibis que eu tinha, super-homem, batman, tio patinhas, FBI, TEXAS, fotos novelas, como Jacques Douglas etc, ia às portas do Cine Votuporanga e sentava nos degraus e começa a trocar os gibis com os adolescentes que como eu adorava leitura. Tinha material para ler durante a semana inteira.
   Após mudança para São Paulo em 1975, continuei meu amor por leitura e lia algumas literaturas da editora Ática (sem saber que era literatura) Olhava na contra capa e procurava o próximo romance.
    Acredito que jamais vou abandonar este hábito!

Jerônimo Aparecido Ferreira


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Meu primeiro livro foi " O caso da borboleta Atíria".
Fui passar um final de semana na casa de uma tia. Minha prima, bem mais velha que eu, ficava horas em seu  quarto lendo, lia todo tipo de livro. Eu ficava ali perto dela admirando aquela concentração toda, aquele entusiasmo que a leitura causava nela, queria sentir o mesmo. Perguntava para ela o que ela estava fazendo e ela me respondia: " Estou viajando ".
Ficava sem entender o que ela queria dizer com aquilo, até que ela me disse:  " Você não quer ler também? Vai adorar." E eu disse que sim. Minha prima abriu a porta de seu armário e pude vê-los, sentir o cheirinho, milhares deles. Ela escolheu para minha primeira leitura " O caso da borboleta Atíria".
Pude entender o que a leitura significava para ela e também passeia viajar muito através da leitura. Sinto ainda hoje o cheirinho daquele armário que me fascinava tanto. 


Marcia Arcanjo de Oliveira


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